domingo, 4 de outubro de 2015
quinta-feira, 1 de outubro de 2015
"FAÇAM-SE OS FIORDES" - Soares Teixeira
Corpos de água deslumbrados
com os declives do tempo e das montanhas
guardam a voz de deuses para além dos astros
voz intacta dentro de cada veia do silêncio
“Façam-se os Fiordes”
e nós frágeis pétalas de instante
a voar sobre a superfície líquida do prodígio
somos asas de olhar sem idade
leve respiração de alma, e nada mais
“Façam-se os Fiordes”
escutamos
e no peito surgem-nos grandes entradas de mar
que se estendem para lá dos ombros, sem peso
e nos tornam fantástica luz de liberdade
Soares Teixeira – 01-10-2015
(© todos os direitos reservados)
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terça-feira, 29 de setembro de 2015
sábado, 12 de setembro de 2015
sábado, 5 de setembro de 2015
quinta-feira, 3 de setembro de 2015
"ENGATE" - Soares Teixeira
Surge sem eu dar por isso
faz-me uma pergunta banal
- fala com ligeireza de pomba
o pensamento é um cigarro
que deixo rolar no espaço
- observo-o de vários ângulos
a solidão é um isqueiro
que uso para acender o pensamento
- vou lendo o que oiço
há dentro de mim
uma porta fechada
- abro-a?
os músculos do olhar
são a mão que empurra a porta
- ela compreendeu
Soares Teixeira – 03-09-2015
(© todos os direitos reservados)
quarta-feira, 2 de setembro de 2015
"CHÁVENA" - Soares Teixeira
Gosto de beber o café por uma chávena
lentamente
e que durante esse ritual nada aconteça
que me afaste do estar ali
sem outra razão para além do eu ter escolhido
aquele instante e aquele lugar
para inventar um mundo de répteis sem peso
ali
sentado a uma mesa
tranquilidade sem telhado
espírito guardado num bolso de olhar
olhar vazio
pausa de centauro longe de patas incandescentes
as pessoas passam
quantas iguais a mim
quantas diferentes
todas atravessadas por obrigações
e a colecionar janelas que jamais hão-de ter
gotas a rolar
gotas de chuva gotas de orvalho gotas de tempo
passam
alheias à forma como quase beijo a chávena
lentamente
(por isso eu gosto do café servido numa chávena)
nunca se deve arrancar um prazer pela raíz
numa chávena pois
e de porcelana se possível
para plástico já bastam os sorrisos falsos
Soares Teixeira – 01-09-2015
(© todos os direitos reservados)
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