Corpos de água deslumbrados
com os declives do tempo e das montanhas
guardam a voz de deuses para além dos astros
voz intacta dentro de cada veia do silêncio
“Façam-se os Fiordes”
e nós frágeis pétalas de instante
a voar sobre a superfície líquida do prodígio
somos asas de olhar sem idade
leve respiração de alma, e nada mais
“Façam-se os Fiordes”
escutamos
e no peito surgem-nos grandes entradas de mar
que se estendem para lá dos ombros, sem peso
e nos tornam fantástica luz de liberdade
Soares Teixeira – 01-10-2015
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