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Começámos o
tempo em nós
como se
fossemos as primeiras oliveiras
a flutuar num espaço
esquecido dentro do espaço
lugar aberto
apenas para o erguermo-nos
através de uma
qualquer origem
nossa
só nossa
dentro de
palavras soletradas pelo beijo
íntima
linguagem que demos a conhecer
a um silêncio
na flor do vazio
Assim nos
começámos
foi mesmo assim
lembras-te luar
de abril?
lembras-te cósmico
pardal de luz?
e tu, meu amor,
lembras-te?
foi mesmo assim
abraçados
oliveiras num
extenso percurso de lábios
e em sucessivas
ondas de indolência e princípio
as primeiras
de um tempo que
continua em nós
Soares Teixeira – 10-02-2015
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