quarta-feira, 1 de julho de 2009

O Automóvel de Leonardo da Vinci

Leonardo da Vinci foi o génio absoluto do Renascimento cuja vastíssima obra não deixa de espantar gerações. Pintor, escultor, anatomista, arquitecto, engenheiro, inventor, Leonardo da Vinci faz-me lembrar aqule estranho Monolito de "2001 Odisseia no Espaço" - a obra de Arthur C. Clarke que Stanley Kubric transformou em filme. Há pessoas que são como esse misterioso testemunho de um Enigma Maior; estão sempre para lá do entendimento - Leonardo era uma delas: elevou a condição a humana acima dos astros, que nos fazem temer e sonhar.
No vídeo abaixo pode ver-se a recriação do seu Automóvel.




Soares Teixeira

terça-feira, 30 de junho de 2009

Tráfego aéreo mundial durante 24 horas

Mas afinal quantos aviões andam pelo ar?, terá já perguntado muita gente. Estes interessantes videos dão uma ideia.

(clicar duas vezes para melhor vizualisação)








Soares Teixeira

segunda-feira, 29 de junho de 2009

O violino de Hagai Shaham

Arrepiante esta intrepretação de Hagai Shaham. Puro fascínio à solta.




Soares Teixeira

domingo, 28 de junho de 2009

RMS Queen Mary

Um dos mais belos navios onde estive. Há um muito bom par de anos andava eu a dar a volta ao mundo quando em Longh Beach fui visitar esta magnificente jóia, glória absoluta dos mares. Repousa numa lagoa artificial como um gigante que se faz admirar. Além de hotel o Queen Mary alberga ainda numerosos museus onde podemos ver como foi a vida deste prodigioso navio que transportou algumas das figuras mais ilustres do seu tempo bem como milhares de soldados americanos para combaterem na II Guerra Mundial.




Soares Teixeira

sábado, 27 de junho de 2009

Serra do Caramulo

E a cabeça do Cão emergiu da Terra...
Talvez o seu olhar se detenha nas asas dos pássaros aguardando pelo dia do prodígio; aquele em que o céu seja rasgado pela ave que lhe devolva a liberdade.





Soares Teixeira

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Nona Sinfonia de Beethoven

Viena, 7 de Maio de 1824, Kärntnertortheater. Caroline Unger não detém um ímpeto que lhe irrompe do fundo da alma, e avança. O momento é de triunfo absoluto, mas também de constrangimento. À sua frente glória e tragédia habitam no homem que não pára de gesticular; um homem acorrentado ao silêncio; um homem mergulhado na música com que ilumina o mundo. A cantora coloca-lhe as mãos nos ombros. Confuso o homem pára os seus movimentos. Silêncio, sempre o silêncio. O homem olha para a cantora, depois para o maestro, depois para a orquestra. Porque não tocam? Compreende imediatamente. A sinfonia tinha terminado; o maestro não respeitara a sua regência – adiantara-se. Ou teria sido ele que se atrasara nalguns compassos? Cada som nascera do seu cérebro, ele melhor do que ninguém sabia o que estava a dar ao mundo e no entanto… aquele silêncio atroz que o impedia de comunicar com os músicos, de controlar uma orquestra; aquele silêncio que o dilacerava, que o punha à margem da sociedade, que o envergonhava. Estivera a ali, no palco, ao lado do maestro, regendo também, regendo a música que ele próprio havia composto, guiando-se pela sua própria partitura, e no entanto… aquele embaraço. O olhar terno, tenso e comovido de Caroline Unger abraça-o e o homem deixa-se guiar pelas suas mãos e volta-se para o público. Há lenços no ar, agitam-se chapéus, muitas mãos a baterem uma na outra, braços que agitam, bocas que se mexem, algumas pessoas levam os dedos aos olhos. Silêncio. Um sucesso. O maestro Michael Umlauf, que ordenara à orquestra e ao coro que não seguissem as indicações daquele homem genial mas completamente surdo, lança um sorriso de aprovação a Caroline. O homem agradece ao público o apreço pela sua música. Silêncio. Silêncio. O ruído na sala é ensurdecedor. E quanto mais ensurdecedor mais dramático, porque aquele público que de pé o ovaciona sabe que o homem deixou de ouvir há já muitos anos. E quanto mais dramático mais vibrante, mais frenético, mais expansivos os gestos. Silêncio. As ovações sucedem-se e parecem não ter fim. Silêncio. O homem agradece. O prodígio da sua música torna-o quase irreal aos olhos do público. “Como é possível?”, perguntam todos no seu íntimo, e a ausência de resposta faz tremer todo o teatro. O homem sente as tábuas do palco vibrarem debaixo dos pés. Nenhum som, silêncio, silêncio, silêncio. Um contínuo mar de silêncio num cérebro fervilhante de música.
Viena, 7 de Maio de 1824, Kärntnertortheater – é estreado um dos maiores monumentos musicais de todos os tempos. Doente, profundamente solitário, quase vencido pelo destino Beethoven entrega ao Tempo um prodigioso e inigualável hino à esperança e à fraternidade: a Nona Sinfonia.





No vídeo abaixo, excerto do filme "Immortal Beloved",(1994), do realizador Bernand Rose, uma belíssima recriação da estreia da Nona Sinfonia. Apesar de alterar um pouco o registo histórico do que foi a presença em palco do Grande Génio dá uma ideia da comoção que terá irradiado de Beethoven e da sua Nona Sinfonia para os músicos e para o público - e para a eternidade.







Há precisamente um ano estiveste comigo num momento particularmente duro. Obrigado Beethoven.


Soares Teixeira

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Joana D'Arc

O anjo mensageiro da luz astral
Concede uma gota de divindade
À jovem, intacta de humanidade,
E na atmosfera nasce um vitral

Com o seu longo olhar primordial
Lança ígneas pétalas de vontade
Sobre a serena incredulidade
Da que se está a tornar imortal

O ardor do destino cresce e devora
A límpida e sagrada juventude
Da mártir impregnada de desígnio

O sonho de criança vai embora
E, consagrada à luta e à virtude,
Já sente na vitória o seu declínio


Soares Teixeira
Nota: Este poema, com o título "Joana D'Arc", foi inspirado na aguarela abaixo reproduzida
(clicar na imagem para ampliar)
Um Anjo em Casa - Figueiredo Sobral