A Primavera que fui
- pálida memória –
dorme no passado
por trás da estrada que atravesso
daquele tempo
de pupilas escancaradas às descobertas
e braços a rodar nas searas dos instantes
resta um pequeno ribeiro
que ainda me corre no rosto
sempre que um pássaro
me embrulha em horizonte
com laço azul
e o pássaro pode ser
um poema, uma paisagem, uma canção
uma melodia, uma árvore, um amigo
por isso
este meu apreço pelas aves
são elas que fazem brilhar
as águas e os peixes
com que enfrento os dias
Soares Teixeira – 08-01-2017
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