Noite de volúpia
noite de vértebras
em vinho e vento
em uivo e canto
e eu meu amor
vou
no meu gesto
de derradeiro raio de Sol
derradeiro
e primeiro
promontório do
espanto
vou
lento navio
de todas as praias
a todas
dizendo adeus
lenta sílaba
a subir
incandescente
à unanimidade do além
Sol
que sou
beijo-te
lentamente
Lua
tão alma e tão murmúrio
tão carne e tão grito
tão ancas de infinito
Soares Teixeira – 29-08-2015
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