Sei que poisada no ombro da noite
uma ave respira este estar só
este ser sílaba sem corredores nem salas
este ser silêncio a ondular numa rosa de nada
No cimo de um rumor sem pressa
a ave é o único caminho intacto
que posso percorrer
sem que as hienas nasçam das pedras
Dentro de que sangue conduzir o corpo?
no da brisa dos instantes? no da intimidade do ar?
ou no do brilho dos astros
onde os mistérios fazem ninho?
Soares Teixeira – 14-07-2015
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