Às vezes acontece
tanta gente
e de repente sentirmo-nos sós
e não nos negarmos à solidão
uma espécie de desterro voluntário
não fugir do vazio
nem o deixar fugir
isso seria voltar as costas ao próprio nome
um aceno de cabeça
um apertar de mão
um sorriso aberto
uma palavra de circunstância
mas a clarear em solidão
como quem descobre
que tudo à volta é labirinto
como em passado?
bem, muito obrigado
não se tem deixado ver
pois não
cair nos braços de nós mesmos
e ai ficar
ao mesmo tempo morte e ressurreição
tanta gente
e tudo na curva de uma sombra
a deslizar no tempo
já vai?
vou
Às vezes acontece
Soares Teixeira – 13-05-2015
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