domingo, 31 de março de 2013

segunda-feira, 25 de março de 2013

"FECHO O CORPO DENTRO DOS BRAÇOS" - Soares Teixeira







Fecho o corpo dentro dos braços
e vou beber o azul entre as gaivotas
sem nada mais possuir a não ser o longe
dentro do olhar

Os montes erguem as cabeças para me ver
os rios fazem-se alegria nas margens
as árvores estremecem de espanto
os cães saltam – quase conseguem voar

Matinal véspera de dias sonhados
neste gesto aberto    longo    alado
que abraça o horizonte pela cintura,
meus lábios de alma a beber procura


Soares Teixeira – 25-03-2013
(© todos os direitos reservados)

domingo, 24 de março de 2013

sábado, 23 de março de 2013

"I GIVE YOU MY HEART" - Angela Lergo






Artist:Angela Lergo
i give you my heart.
Ground stone, epoxy resin, wax, plant grass..
Sculpture measurement: 100 x 80 x 13 cm.
(https://www.facebook.com/photo.php?fbid=628912543801152&set=a.347167045309038.104656.337671456258597&type=1&theater)

terça-feira, 19 de março de 2013

"PENSAR" - Soares Teixeira




Não ignores o verbo que te ama
Não ignores o verbo cúmplice do teu desejo
Não ignores o verbo que te serve de camisa
Não ignores o verbo que é vento no trigo do teu peito
Não ignores o verbo que os séculos te puseram no olhar
Não ignores o verbo que é tua condição
Não ignores o verbo pensar

Antiquíssimo verbo que levou luz à caverna
Antiquíssimo verbo que procurou todas as fontes
Antiquíssimo verbo que travou todos os combates

Não ignores esse verbo íntimo e frontal
Não ignores esse verbo sempre matutino
Não ignores esse verbo de belas crinas
Não ignores esse verbo verde
Não ignores esse verbo azul e vermelho
Não ignores esse verbo de todas as cores

Antiquíssimo verbo de todos os instantes
Antiquíssimo verbo de que é feita a claridade
Antiquíssimo verbo de que é feita a liberdade



Soares Teixeira – 19-03-2013
(© todos os direitos reservados)

domingo, 17 de março de 2013

"ABRIU-SE O MOMENTO" - Soares Teixeira



                                                          (Imagem retirada da internet)





Abriu-se o momento
e nós
abrindo-nos a nós mesmos
sentámo-nos
sobre um muro
só nosso
e que nos aguardava

De costas voltadas
para todas as palavras
que pudessem encobrir a luz do amor
olhámos em frente
únicos
e com olhar de jangada
certos que o horizonte nos viria buscar

As nossas mãos dadas beberam o silêncio
com um abandono de mármore encantado
e esperaram
que uma trepadeira crescesse junto ao muro
e nos envolvesse
numa respiração de jovem bosque
ansioso pela manhã

Quando a planta nos tocou os lábios
irrompeu intensa e solar a flor do beijo
o muro de liberdade brilhou
e levados pelo horizonte da nossa vontade
fomos   
como poemas a rolar no espaço
conquistar desejos em construção



Soares Teixeira – 15-03-2013
(© todos os direitos reservados)

quarta-feira, 13 de março de 2013