Não ignores o verbo que te ama
Não ignores o verbo cúmplice do teu desejo
Não ignores o verbo que te serve de camisa
Não ignores o verbo que é vento no trigo do teu peito
Não ignores o verbo que os séculos te puseram no olhar
Não ignores o verbo que é tua condição
Não ignores o verbo pensar
Antiquíssimo verbo que levou luz à caverna
Antiquíssimo verbo que procurou todas as fontes
Antiquíssimo verbo que travou todos os combates
Não ignores esse verbo íntimo e frontal
Não ignores esse verbo sempre matutino
Não ignores esse verbo de belas crinas
Não ignores esse verbo verde
Não ignores esse verbo azul e vermelho
Não ignores esse verbo de todas as cores
Antiquíssimo verbo de todos os instantes
Antiquíssimo verbo de que é feita a claridade
Antiquíssimo verbo de que é feita a liberdade
Soares Teixeira – 19-03-2013
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