(Imagem retirada da internet)
Abriu-se o momento
e nós
abrindo-nos a nós mesmos
sentámo-nos
sobre um muro
só nosso
e que nos aguardava
De costas voltadas
para todas as palavras
que pudessem encobrir a luz do amor
olhámos em frente
únicos
e com olhar de jangada
certos que o horizonte nos viria buscar
As nossas mãos dadas beberam o silêncio
com um abandono de mármore encantado
e esperaram
que uma trepadeira crescesse junto ao muro
e nos envolvesse
numa respiração de jovem bosque
ansioso pela manhã
Quando a planta nos tocou os lábios
irrompeu intensa e solar a flor do beijo
o muro de liberdade brilhou
e levados pelo horizonte da nossa vontade
fomos
como poemas a rolar no espaço
conquistar desejos em construção
Soares Teixeira – 15-03-2013
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